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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A IMACULADA CONCEIÇÃO DO SAMEIRO
O Sameiro existe como prova da profunda devoção do povo português à Santíssima Virgem, no mistério da sua Imaculada Conceição.
Em 8 de Dezembro de 1854, Pio IX, beatificado por João Paulo II, definiu a Imaculada Conceição da Virgem Maria como dogma católico. Toda a Igreja exultou com esta definição. Por toda a parte se erigiram monumentos para celebrar a alegria que tal acontecimento despertou nos devotos da Mãe de Deus.
Em 29 de Agosto de 1880 chegou a Braga - Portugal, uma grande (2,20 metros) e bela imagem da Imaculada Conceição, em madeira, obra do escultor romano Eugénio Maocegnali.
Fora benta pelo próprio Pio IX, em 22.12.1876. Ficou 2 anos na Igreja do Pópulo, Braga. Terminada a construção da Capela do Sameiro, a imagem foi transportada para lá em grandiosa peregrinação.
Esta imagem é a que os devotos conhecem como a "Senhora do Sameiro" e se encontra no trono do Santuário.
Em Lourdes - França, na margem esquerda do rio Gave, no ano de 1858, 4 anos após a definição dogmática da Imaculada Conceição, a Santíssima Mãe de Deus que aparecia na gruta revelou o seu nome a humilde camponesa Bernardette Soubirous: «Eu sou a Imaculada Conceição».
Existe uma profunda relação entre Lourdes e o Sameiro: em ambos os santuários se venera a Imaculada Conceição.
Em 31 de Agosto de 1890, era colocada a primeira pedra da actual Basílica do Sameiro, esse grandioso templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição do Monte Sameiro, para perpetuar a alegria do povo cristão português que, deste modo, quis, mais uma vez, marcar a sua gratidão pela definição do dogma católico da Imaculada Conceição.
A festa da Imaculada Conceição de Maria (Celebrada pela Igreja em 8 de dezembro) deve ser vista como um traço característico do catolicismo português, a figura de Maria surge como “a mulher ideal, sem pecado, uma visão ideal da História, que põe a serpente e o dragão, o mal, debaixo dos seus pés”, as "metáforas bíblicas”, que projetam sobre Maria tudo o que há de belo, os astros, as estrelas, o sol.
Ela aparece rodeada, muitas vezes, com estes símbolos que, no fundo, são a beleza da criação. Maria é o cume dessa beleza.
Com o século XVII atinge-se o topo na divulgação do culto à Imaculada Conceição, um pouco por toda a Europa, devido à reacção que esse tema provocou na polémica protestante.
Em Portugal, esta conjuntura ganhou ainda maior importância, com o gesto de D. João IV, que em 1646 consagrou a nação portuguesa à Imaculada Conceição.
Atualmente, este simbolismo da Imaculada Conceição, enquanto sinal da vitória do bem sobre o mal, não deve ser esquecido.
São Paulo na carta aos Efésios escreveu que Deus “nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença”. O pecado separa Adão de Eva  de Deus, rompe a unidade original, que é recuperada em Maria, a nova Eva e Mãe do Redentor.
A Imaculada dá-nos um sentido de paz e confiança e apresenta-nos em Maria o retorno ao paraíso perdido, a promessa salvadora de Deus e Sua confiança no homem.
“O mundo será salvo pela beleza” escreveu o grande Dostoevskje, mas pode também perde-se se a não procura. O mundo salva-se se encontrar o Deus vivo que vem até nos e nos convida a sermos discípulos na escola de Maria Imaculada, a Senhora da Conceição.
Neste grandioso templo de estilo neoclássico, em forma de Cruz latina, sobressai o altar e as duas torres dotadas de carrilhão de sinos. Interiormente, o majestoso trono, por trás do altar-mor termina com a "formosa" imagem de Nossa Senhora do Sameiro, em cuja base lateral tem pintado: "Eugénio Maocegnali . Face . Roma 1875". Na frente da mesma base, há uma placa que regista: «O SS. Padre o Papa Pio IX benzeu esta imagem no dia 22 de Dezembro de 1876».

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